segunda-feira, 25 de maio de 2009

sozinha.

há muito tempo não me sentia assim. na verdade, acho que nunca me senti. sempre tinha alguém por perto... nem que fosse pra puxar meu saco só porque queria ficar comigo.
agora eu tô tão... sozinha.
tão ruim passar os dias chorando sozinha em casa.
tão ruim...



(acho que minha idéia de amizade é muito diferente da que outras pessoas têm :/)

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Caio Fernando Abreu.

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— É possível um rio secar completamente?
— Claro que é.
— Mas será que ele não enche depois? Nunca mais?
— Alguns sim, outros não.
— Mas nunca mais?
— Sei lá, acho que não.
— Você tem certeza?
— Certeza eu não tenho. Só estou dizendo que acho. Afinal não sou nenhuma especialista em matéria de rios, secos ou não.
— Sabe?
— O quê?
— Eu tinha esperança que o rio voltasse a encher um dia.

mãe, ah, mãe.

Ana. diz:
minha mãe no tel

Ana. diz:
ixiii

Ana. diz:
pera

Ana. diz:
ela não dá espaço pr'eu falar

Ana. diz:
'ana? minha filha, eu tô rezando tanto procê'
'pode continuar rezando. tá boa?'
'tô sim mas você não né? vou continuar rezando até você sair dessa. sai de casa, minha filha, tá perdendo seus melhores anos. até eu que sou velha gosto de das minhas voltinhas, saio pra comprar uma coisinha ou outra, pra ver gente. você fica aí presa igual uma dona de casa velha e depressiva, pelo amor de deus...

Ana. diz:
...tá nova, tá bonita, saudável, tem o mundo todo te esperando. sai de casa, minha filha. vem pra cá, se quiser ficar na internet'
'nem pra internet eu tô com saco...'
'pior ainda, tá vendo? você vai ficar maluca desse jeito. tem que sair de casa, ver o céu, conversar. há quanto tempo você não conversa com ninguém pessoalmente que não seja a mel? vai ficar aí perdendo a sua vida?'

Ana. diz:
blablablablá e só me deixou falar 'tá boooooooooooooom, eu vou praí daqui a pouco, beijo, tchau'

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Sorte de hoje: Se o destino diz que você é um perdedor, pregue uma boa peça nele.

aos poucos fica menos intenso.
acho que minhas táticas novas estão dando resultado.




eu queria ter aquela tornozeleira ainda. não sei que fim ela levou. minha memória não ajuda, você sabe.
mas foi o último presente que você me deu. ela tinha uma estrela. agora eu tenho 7. my night sky.

fico me perguntando se você ainda tem o meu lacinho rosa. se tem aquela folha de árvore rabiscada. ou pelo menos a minha foto, que ficava ali do lado do seu computador.

são coisas tão bobas, que não deviam fazer diferença pra mim. mas eu só queria saber se você ainda guarda - um tantinho que seja - de mim em você.

ainda tem muito de você em mim. e eu não sei como tirar. eu não sei como agir diante de cada lembrança, de cada flash que aparece no meio do dia.
a vontade que tenho é de sair correndo e te abraçar, agora, já. ou de voltar o tempo. mas nenhuma das duas coisas é possível - e nenhuma delas daria certo.

faço o que com tudo o que sobrou de nós?

só rindo!

O que um gay leva no segundo encontro?
Que segundo encontro?

O que uma lésbica leva no segundo encontro?
O caminhão de mudanças.



aham!

Você sabe o que é o encanto?

É ouvir um sim como resposta sem ter perguntado nada.

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Por várias vezes tentei me enquadrar, me emoldurar. Em vão - não se prende ar.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

eu tenho.

tenho medo. medo de andar na rua sozinha, medo quando o telefone toca, medo quando escuto algum barulho, medo quando alguém olha demais pra mim. de onde vieram esses medos ou se eles só se intensificaram, eu não sei. mas são muito fortes, me atrapalham em várias coisas.

tenho saudade. saudade daquelas pintinhas no rosto, saudade do carinho daquelas mãos grandes nas minhas mãos pequenas, saudade daquele cheirinho gostoso de quando ia me buscar na escola, saudade de ouvir 'princesas não choram', saudade de andar abraçadinhos na rua. de onde vêm essas saudades ou se elas só começaram a machucar agora, eu não sei. mas é muito forte e me faz chorar muitas vezes.

tenho esperança. esperança de acordar com novos planos, esperança de arrumar um emprego legal, esperança de cursar psicologia na faculdade, esperança de ter uma paixão duradoura, esperança de gerar um filho. se essas coisas são só sonhos ou vão se realizar eu não sei. mas são o que me resta, e eu preciso cuidar disso.




'deixa o vento soprar, let it be...'

domingo, 17 de maio de 2009

Caio Fernando Abreu.

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A vida não é apagável, pensei. Nem volta atrás. Ainda não construíram a máquina do tempo. Ninguém virá em meu socorro. Faz tanto tempo que invento meus próprios dias. Preciso começar por algum ponto.

no title.

tô com vontade de restringir esse blog, sei lá, de deixar que só a autora (oi) leia. porque tudo me parece tão repetitivo. me soa tão 'a menina arrependida que perdeu um amor'. e eu não gosto de causar essa impressão nas pessoas, aliás, eu não gosto de causar impressão nenhuma que seja diferente de 'a menina forte que não sente nada'.
e é horrível que todos vejam que eu sinto.
que eu tenho arrependimentos e que eles me machucam.
não quero ninguém pisando no terreno incerto das minhas dores.


a capitu tava na varanda chorando. agora tá aqui no meu colo, lambendo meu braço enquanto choro.
ah, eu não queria mais chorar.

sábado, 16 de maio de 2009

sintonia.

você começou a chorar. eu tive vontade de fazer a mesma coisa. segurei um tempo... mas não deu. chorei também.
você ficou tão sensibilizado. eu não sei se era medo, se era felicidade.
só sei que o carinho que você fez na minha barriga aquela hora... eu nunca vou esquecer.



sou maluca, só pode.
oi, vende-se sintonia masculino aberto apenas para sofrer um pouquinho.

da série: músicas que falam por mim

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e quando eu estiver triste, simplesmente me abrace.
quando eu estiver louco, subitamente se afaste.
quando eu estiver fogo, suavemente se encaixe.
e quando eu estiver bobo, sutilmente disfarce...
mas quando eu estiver morto, suplico que não me mate dentro de ti.
mesmo que o mundo acabe, enfim, dentro de tudo que cabe em ti...
[ sutilmente - skank ]

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Clarice Lispector.

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Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu queria amar o que eu amaria – e não o que é. É também porque eu me ofendo a toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. É porque sou muito possessiva e então me foi perguntado com alguma ironia se eu também queria o rato para mim. Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente. Talvez eu tenha que chamar de "mundo" esse meu modo de ser um pouco de tudo. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário(…). Eu que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. Porque eu, que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta que eu.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Maysa

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Tudo o que gosto tem sabor de pecado, é feio, censurado, imoral, fora da Lei, engorda e faz mal pra saúde...

Gabriel García Marquez.

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O coração tem mais quartos que uma pensão de putas.

Você era sol e eu queria luz. Era chuva e eu precisava de água. Éramos começo, novidade. O primeiro doce do pacote, a primeira mordida de uma boca com fome. E eu era faminta. Saboreava a vida como um tempero exótico. Eu era a cega que voltava a ver, e você era a primeira tonalidade. Enfim, éramos um doce. Um doce problema. Porque o problema de toda novidade é que o novo tem validade.

Curta. Não importa o quanto o sentimento seja legítimo: se é novo, uma hora fica velho. Com o tempo, cria artrites, os ossos enfraquecem, e como nas pessoas, o coração falha. Às vezes entope, às vezes corre. Mas tem vezes que pára. Hoje eu quis entender porque é que o meu desacelerou. Se era antes capaz de parar o tempo, decretar a paz e jurar estabilidade, hoje negou a si mesmo. Não porque era superficial, nem porque não aguentou o tranco. Sinceramente, eu nem sei bem o por quê. Só sei que hoje eu quis um pouco mais de mim e um pouco menos de você.

Não sei se chamo isso de fracasso, vulnerabilidade ou se é só uma lição pra me fazer te dar valor quando tudo não parecer mais tão seguro. Sou vulnerável às mudanças do tempo e não tenho imunidade contra o desinteresse. Ninguém tem. Ninguém que teve um brinquedo, uma música favorita ou um sentimento extraordinário saberia eternizar o impulso do início. A insatisfação, muitas vezes, é o que faz as coisas andarem. E desta vez, ela me faz andar para um lado contrário ao teu.

Por mais que a contraditória aqui seja eu. Ou que as palavras tão firmes de antes hoje pareçam poeira. Se até a dona natureza, que é sábia, tem mudanças de estações, eu - que sei tão pouco de tudo - acho que também posso ter. E posso criar meu próprio tsunami se bem entender. Correndo o risco sim, de parecer volúvel. Mas nunca me entregando à mediocridade que é viver com um coração resignado. Ou de oferecer amor em um tom apagado. Se é vida o que você me propõe, considere a missão cumprida. Quanto mais inexplicável tudo parece, mais eu me sinto viva.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

fica a dica.

Me deixa ser egoísta. Me deixa fazer você entender que eu gosto de mim e quero ser preservada. Me deixa de fora de suas mentiras e dessa conversa fiada. Eu sou uma espécie quase em extinção: eu acredito nas pessoas. E eu quase acredito em você. Não precisa gostar de mim se não quiser. Mas não me faça acreditar que é amor, caso seja apenas derivado. Não me diga nada. (Ou me diga tudo). Não me olhe assim, você diz tanta coisa com um olhar. E olhar mente, eu sei! E eu sei por que aprendi. Também sei mentir das formas mais perversas e doces possíveis. (Sabia?) Mas meu coração está rouco agora. GRAVE! Você percebe? Escuta só como ele bate. O tumtumtum não é mais o mesmo. Não quero dizer que o tempo passou, que você passou, que a ilusão acabou, apesar de tudo ser um pouco verdade. O problema não é esse. Eu não me contento com pouco. (Não mais). Eu tenho MUITO dentro de mim e não estou a fim de dar sem receber nada em troca. Essa coisa bonita de dar sem receber funciona muito bem em rezas, histórias de santos e demais evoluídos do planeta. Mas eu não moro em igreja, não sou santa, não evoluí até esse ponto e só vou te dar se você me der também.

domingo, 10 de maio de 2009

Caio Fernando Abreu.

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Pensando em escrever para minha mãe, em mudar de vida, de emprego, de cidade, de país, que vontade, querida mamãe, de ser feliz, de ter um grande amor bem limpinho, bem clarinho, um amor de manhã bem cedo, não diga nada a ninguém, não é preciso, mas cá-entre-nós-que-ninguém-nos-ouça, não vem dando muito certo, tenho tentado, juro, beijos no pai, que ele não saiba que estou ficando velho, não conte a tia Flora que perdi as ilusões, que já nem lembro mais, e encho o saco disso e apago a luz e durmo e sonho.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

centésimo post.

tô com saudade de te assistir jogando guitar hero.
de te ver sentado no portão da minha casa.
tô com saudade de dizer 'me dá um toque quando chegar' e depois brigar porque você não deu.
de ver seus nicks enfeitados com corações e nossos nomes.
tô com saudade do seu braço passado na minha cintura e suas risadas enquanto caminhamos.
de tomar sorvete de noite naquela sorveteria na avenida lá em cima.
de ficar olhando pro céu enquanto me faz cafuné.
tô com saudade de pegar ônibus lotado pra ir pro zoológico. só porque você me dava lugar pra sentar e ficava ali em pé do meu lado.
de ouvir 'gatchinha'.
tô com saudade de tomar vinho de pêssego e ficar zuada enquanto você me leva pra casa.
de ir pr'aqueles shows de garagem e te exibir pra todo mundo.
de riscar um A no seu braço com estilete.
de riscar um P no meu.
tô com saudade de ficar olhando pros seus olhos.
de contar as pintinhas do seu braço.
de sentar no seu colo e ouvir seus planos.
de fazer promessas.
tô com saudade de você, tô com tanta saudade de você!



I know better 'cause you said forever and ever. who knew...




quinta-feira, 7 de maio de 2009

Caio Fernando Abreu.

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Não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou nem louca nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Caio Fernando Abreu.

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Compreenda, eu só preciso falar com você. Não importam as palavras, os gestos, não importa mesmo se você continua a fugir e se empareda assim, se olha para longe e não me ouve nem vê ou sente. Eu só quero falar com você, escute.

terça-feira, 5 de maio de 2009

não é pra ler.

confesso que tô exausta.
que acordar com esse medo maluco é muito ruim, muito ruim mesmo.
que não confio nas pessoas.
que tenho medo das pessoas.
que minha mãe não devia mais beber.
que tudo que eu penso em fazer da minha vida só pode dar errado.
que não tem mais solução.
que parece que vou ficar estacionada assim, desse jeito, pra todo o sempre.
que não tenho o direito de fazer alguém que eu amo tanto perder o tempo que tem comigo.
que tenho inveja de uma pessoa (jamais falarei quem é, aí já é confessar demais).
que preciso de dinheiro.
que sou uma pessoa egoísta e manipuladora que precisa usar o tempo todo as outras pessoas pra se sentir por cima.
que não sei por que essa merda toda.
que não quero mais pensar nele.
que pensar nele me deixa lost.
que se eu voltasse no tempo, sei que faria tudo errado de novo.
que quero -10kgs, 1 litro de orloff e 18 anos de volta.
que não consigo imaginar como será minha vida daqui a 2 anos.
que estou surtando.
que pre-ci-so beber. muito.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Caio Fernando Abreu.

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Não sei, até hoje não sei se o príncipe era um deles. Eu não podia saber, ele não falava. E, depois, ele não veio mais. Eu dava um cavalo branco para ele, uma espada, dava um castelo e bruxas para ele matar, dava todas essas coisas e mais as que ele pedisse, fazia com a areia, com o sal, com as folhas dos coqueiros, com as cascas dos cocos, até com a minha carne eu construía um cavalo branco para aquele príncipe. Mas ele não queria, acho que ele não queria, e eu não tive tempo de dizer que quando a gente precisa que alguém fique a gente constrói qualquer coisa, até um castelo.

sábado, 2 de maio de 2009

Caio Fernando Abreu.

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Cansado, cansado. Quase não dormi. E não consigo tirar você da cabeça. Estou te escrevendo porque não consigo tirar você da cabeça. Hesito em dizer qualquer coisa tipo me-perdoe ou qualquer coisa assim. Mas quero te contar umas coisas. Mesmo que a gente não se veja mais. Penso em você, penso em você com força e carinho.