sábado, 12 de setembro de 2009

Paulo Leminski

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Uma poesia ártica,
claro, é isso que eu desejo.
Uma prática pálida,
três versos de gelo.
Uma frase-superfície
onde vida-frase alguma
não seja mais possível.
Frase, não, Nenhuma.
Uma lira nula,
reduzida ao puro mínimo,
um piscar do espírito,
a única coisa única.
Mas falo. E, ao falar, provoco
nuvens de equívocos
(ou enxame de monólogos?)
Sim, inverno, estamos vivos.

1 comentários:

Kine disse...

Juro que eu nunca li nada do Leminski! Mas gostei do jeito dele de escrever ^^ gostei mesmo!